Abóbora No conto de Perrault, Cinderela, a fada madrinha diz à moça: "Vá ao jardim e traga-me uma abóbora." Cinderela foi imediatamente colher a mais bela que encontrou e a trouxe à sua madrinha, não podendo adivinhar como essa abóbora poderia levá-la ao baile. Sua madrinha a cavou e só tendo deixado a casca bateu nela com sua varinha e a abóbora logo se transformou numa bela carruagem dourada.
Nos Estados Unidos, no Halloween, esvaziam-se também as abóboras, mas para fazer com elas enormes cabeças vermelhas, com olhos e uma boca enfeitada de dentes pontudos, dentro das quais coloca-se uma vela. As crianças, fantasiando-se de esqueleto, com os ossos pintados de branco sobre uma roupa preta, escondem seus rostos numa abóbora esvaziada. Essas figuras grotescas não são nada menos do que fantasmas, porém exorcizados, pois Halloween que vem de hallow, "consagrar, santificar", se festeja na véspera do dia de Finados, a festa dos mortos; outrora acreditavam que eles voltavam à terra nessa data. Ora, a volta dos defuntos, que repousam sob a terra com as sementes que mais tarde germinarão, anuncia, na entrada do inverno, a promessa do renascimento primaveril. Por isso, outrora na Bretanha as abóboras guardavam uma relação com a Ressurreição; dizia-se que os grãos que eram semeados na sexta-feira santa davam pés de abóbora grandes como carvalhos. Se a abóbora é o símbolo da abundância e prosperidade, não é apenas porque ela é o maior dos frutos da terra mas porque ela está cheia de inúmeras sementes, embriões de uma vasta descendência. Esta é a razão pela qual a consideravam, na China, como o primeiro dos legumes, o imperador dos vegetais. Os tai do norte do Laos chegavam a ver nas abóboras, presas pelo talo que formava o eixo do mundo, o lugar de suas origens. Esses frutos continham todas as raças
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