quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Roda do Ano Celta

A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques),
principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual. O tempo era
para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para
eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.
Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas
vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a
Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus
Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.
Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de
nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de
origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios,
reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto
os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os
sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.
O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo
nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da
noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e
feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que
a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem
refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam
estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir
em momentos de intensa união e perfeição.
Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a
metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema
importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses
pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear: os quatro
momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h,
3h, 9h, e 3h.
Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu
correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para
alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais
fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se
ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.
Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e
há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem
refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais:
o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que
caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos.
Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro
estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano esta
formada e em eterna harmonia com o universo.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado
nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para
festejar ritualisticamente essas oito datas. A cada uma delas deu-se um nome:
Sabbat Oito datas Festivas Data - Norte Data - Sul
Samhain Fim e Início de um Novo Ano 31 de Outubro 30 de Abril
Yule Solstício de Inverno 21 de
Dezembro 21 de Junho
Imbolc Festa do Fogo (Luz, Sol) – Noite de
Brigit 1º de Fevereiro 1º de Agosto
Equinócio de
Primavera Ostara ou Spring – Festa da Fertilidade 21 de Março 21 de Setembro
Beltane A Fogueira de Belenos - Beltane 1º de Maio 1º de Novembro
Midsummer Solstício de Verão 21 de Junho 21 de
Dezembro
Lughnasadh Festa da Colheita 1º de Agosto 1º de Fevereiro
Mabon Equinócio de Outono 21 de Setembro 21 de Março
Samhain - O Fim e o Início de um Ano Novo para os Celtas
(31 de Outubro - Hemisfério Norte) e (30 de Abril - Hemisfério Sul)
Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, Samhain
(pronuncia-se SOUEN) marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa
noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue,
sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram.
... E o ano chega ao final! Nossos últimos alimentos são colhidos após o equinócio
de outono, marcando o início dos meses em que viveremos com o que conseguimos
estocar. Os alimentos fornecidos pela Grande Deusa devem agora alimentar seus
filhos famintos e nutrir o Deus em sua caminhada pelo "outro mundo". O raio do
trovão que atingiu o carvalho e fecundou a terra é a promessa do retorno do Deus
através daquela que um dia foi sua amante, mas que agora será sua mãe: a Deusa.
E assim o ciclo de vida, morte e renascimento volta a estabelecer o equilíbrio a
Roda do Ano.
O "Outro Mundo" celta, também conhecido como o Abismo, é um lugar entre os
Mundos; uma mistura de paraíso e atormentações. É o lugar no qual todos
buscamos respostas para nossas perguntas mais íntimas, onde a fantasia se
mistura à realidade e o consciente ao inconsciente. O Abismo é o local onde os
heróis são levados para que possam confrontar seus maiores inimigos: seus
próprios fantasmas. Somente vencendo esses fantasmas, que nada mais são que
seus medos, preconceitos e angústias, eles poderão retornar como verdadeiros
heróis.
Esta é a simbologia do Santo Graal; uma busca interior de algo que queremos
erroneamente materializar neste mundo. Somente os cavaleiros que ousarem
atravessar os portais do "Outro Mundo" e vencerem a si próprios serão
contemplados com a plenitude do Graal.
Durante esta noite o véu que separa esses dois mundos está o mais fino possível,
permitindo que espíritos do Outro Mundo atravessem o portal sem grandes
dificuldades.
Por isso, a Noite dos Ancestrais é um momento de nos lembrarmos daqueles que se
foram e habitam o Outro Mundo. É hora de honrarmos as pessoas que um dia
amamos, deixando que elas nos visitem e comemorem conosco esse momento tão
especial da Roda do Ano.
Samhain é o festival da morte e da alegria pela certeza do renascimento. O Deus
morreu, e a Deusa, trazendo no ventre o seu amado, recolhe-se ao Mundo das
Sombras para esperar o seu renascimento. Comemora-se aqui a ligação com os
antepassados, com aqueles que já partiram e que um dia, como a natureza,
renascerão. Os cristãos transformaram essa data no "Dia de Todos os Santos" e no
"Dia de Finados", numa alusão supersticiosa a essa ligação.
É uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas
vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabbat é o
negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é
substituído pela sidra ou pelo sumo de maçã. Os nomes das pessoas que já se
foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois
aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos
novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Yule - Solstício de Inverno
(21 de Dezembro - Hemisfério Norte) e (21 de Junho - Hemisfério Sul)
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão (no Hemisfério Norte). Nesta
época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA.
Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os
Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das
coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e
renascermos com sua pureza e alegria.
Este dia também é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur), na tradição druida.
É o tempo da morte e do renascimento. O Sol parece estar nos abandonando
completamente, enquanto a noite mais longa chega até nós.
Coloque flores e frutos da época do altar. Os sinos são símbolos femininos de
fertilidade, e anunciam os espíritos que possam estar presentes.
Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois esta é a antiga tradição "pagã",
onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a
noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança
Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma
forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria
luz interior.
Imbolc ou Candlemmas - Festa do Fogo ou Noite de Brigit
(01 de fevereiro - Hemisfério Norte) e (01 de Agosto - Hemisfério Sul)
Imbolc quer dizer: dentro do útero. O inverno ainda não foi embora, mas por baixo
da neve a vida floresce e ganha força. As coisas não acontecem diante de nossos
olhos, mas já estão lá, latente, pulsando, esperando o momento certo para vir à
tona. A Deusa vagarosamente recupera-se do parto, e acorda sob a energia
revigorante do Sol.
Esse é o também chamado Festival das Luzes, em que se acendem velas por toda a
casa, mais especialmente nas janelas, para anunciar a vinda do Sol e mostrar ao
menino Deus seu caminho.
Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no
caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais
forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos
os jovens, em especial para nossa família e amigos. Devemos mentalizar que o
Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da saúde, da coragem,
da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas,
alaranjadas ou vermelhas.
Equinócio de Primavera - Ostara - Festa da Fertilidade
(21 de Março - Hemisfério Norte) e (21 de Setembro - Hemisfério Sul)
Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É, portanto, uma data de
equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser
plantada. É quando os Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e filho.
Nessa data, a semente da vida é semeada no ventre da Deusa, a Donzela
revigorada e cheia de vida e alegria.
O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mudo das trevas e
reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo
símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.
Beltane – A Fogueira de Belenos – Casamento do Deus e da Deusa
(01 de Maio - Hemisfério Norte) e (31 de Outubro ou 01 de Novembro -
Hemisfério Sul)
Pronuncia-se Bioltuin (Be-All-Twin) É o festival do casamento entre o Deus e a
Deusa, a Rainha de Maio, a Virgem.
Por ser uma data de cunho profundamente sensual, foi talvez uma das mais
sincretizadas pela cristandade. Assim, as fogueiras de Beltane e o Maypole (mastro
adornado com as fitas coloridas trançadas) tornaram-se as fogueiras e mastros das
festas dos santos "casamenteiros" cristãos, bem como o mês de Maio foi
consagrado à Virgem Maria e tido como benévolo aos casamentos. Na tradição
antiga as pessoas não se casavam durante o Beltane, pois esse mês é dedicado ao
casamento do Deus e da Deusa.
BELTANE, em 01 de Novembro aqui no hemisfério sul, mas em 1o. de Maio nos
países nórdicos berços do culto, representa a entrada do jovem Deus para a idade
adulta. Incitados pelas energias da Natureza, pela força das sementes e flores que
desabrocham, a Deusa e o Deus apaixonam-se. Nesta data são celebrados rituais
de fertilidade e imensas fogueiras são acesas. As fogueiras de Beltane simbolizam o
calor da paixão e a intensidade da interação entre a Deusa e o Deus, e a crescente
fecundidade da Terra.
Belenos é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane
se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de
todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o
gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio
o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas
tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função.
Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS.
Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada
membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem
girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino,
colocando-nos sob a proteção dos Deuses.
As Fogueiras de Beltane
Na antiga religião, antes da Igreja destruir este culto e transformá-lo no que se
conhece como "bruxaria", os camponeses iam para os bosques de carvalhos à noite
e acendiam enormes fogueiras para a Deusa o que tornou esta festividade
conhecida como As Fogueiras de Beltane.
Nesta época, os princípios morais vigentes eram outros, a mulher era um ser livre e
não havia o machismo como hoje se conhece. As sociedades eram matriarcais.
Sendo assim, nesta noite de Beltane, as moças virgens e mesmo as casadas, iam
para os bosques na celebração do que se chamava "O Gamo Rei" onde os rapazes
copulavam com as moças sob a lua cheia guiados pelo instinto num ritual de
fecundidade e vida.
As crianças que por ventura fossem geradas nesta noite eram consideradas
especiais e normalmente as meninas viravam sacerdotisas e os meninos magos. O
ritual era consagrado à Deusa para que esta trouxesse sempre boas colheitas
através da fertilidade da terra. Embora o culto fosse predominantemente feminino,
não se excluía, de forma alguma, o papel do Deus, pois, a essência de Beltane,
sendo a fecundação, impunha sempre, a presença do feminino e masculino.
Sendo assim, no Beltane, os meninos tinham a sua cerimônia de passagem da
adolescência para a maturidade. O rapaz personifica o Deus e a virgem, a Deusa.
Na escolha de um rei, o rapaz veste a pele de um Gamo (um veado real) e desafia
um gamo de verdade, o líder da manada, e luta com ele até a morte de um deles.
Se o rapaz for o vencedor, terá sido escolhido Rei representando o Deus, o Gamo
Rei e terá uma noite com a Virgem que representa a Deusa onde um herdeiro será
concebido. O novo herdeiro, um dia deverá disputar com o pai pelo trono. O Gamo
Novo e o Gamo Velho...
O Rei Arthur passou por esta prova numa noite nas fogueiras de Beltane conforme
o romance Brumas de Avalon.
Quando não era preciso escolher-se um rei, a luta com o gamo não era necessária
e a tradição seguia apenas como uma representação ritual.
A tradição do Gamo Rei foi transformada, através dos tempos, e a imagem do
gamo, em alguns cultos, substituída pela de qualquer animal que tivesse galhos ou
chifres, sempre representando a divindade masculina do Deus que recebe os nomes
de Galhudo, Cornélio, Cornudo e até mesmo Chifrudo sem ter qualquer conotação
com o que a Igreja estabeleceu como "demônio do mal". Os galhos na antiguidade
eram sinônimo de força e honra e não o que hoje significam.
Então, no 31 de outubro ou 01 de novembro, estaremos na Lua cheia, ao ar livre,
recebendo o luar e longe de qualquer coisa feita pela mão do homem. Deveríamos
fazer um círculo com pedras, ficar dentro dele e acender uma pequena fogueira.
Este ritual de fertilidade vai promover mudanças na vida de todo aquele que
entender o significado do Beltane. Na verdade é um louvor a Terra, à Natureza e à
Mãe de todas as coisas. É uma data muito bonita e de grande significado.
Em Beltane nós nos abrimos para o Deus e a Deusa da Juventude. Não importa
quanto velhos sejamos, em Beltane, sentimo-nos jovens novamente e nos unimos
ao fogo da vitalidade e juventude e permitimos que esta vitalidade nos vivifique e
cure.
Quando jovens talvez usássemos este tempo como uma oportunidade para
conectar nossa sensualidade de um modo criativo e quando mais velhos esta
conexão será obtida através da união dentro de nós mesmos, das nossas naturezas
feminina e masculina. A integração entre nossos dois aspectos interiores, feminino
e masculino, é o caminho da espiritualidade e Beltane representa o tempo onde
podemos nos abrir amplamente para este trabalho permitindo que a natural união
das polaridades ocorra naturalmente. Este é um trabalho essencialmente alquímico.
Midsummer - Solstício de Verão
(21 de Junho - Hemisfério Norte) e (21 de Dezembro - Hemisfério Sul)
Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O Deus chega
ao ponto máximo de seu poder. Este é o único Sabbat em que às vezes se fazem
feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande.
É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não devemos nos esquecer
que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a
declinar.
Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte,
em busca da Terra do Verão.
Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do
sucesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à
plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte.
Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas.
Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente
com os pedidos no Caldeirão.
Na noite de Midsummer (o Solstício de Verão) fadas, duendes e toda a sorte de
elementais correm pela terra, celebrando o fervor da vida. A data era comemorada
nos tempos antigos geralmente com jogos e festivais. O corpo e o físico são
reverenciados nesta data.
Lughnasadh ou Lammas - Festa da Colheita
(01 de Agosto - Hemisfério Norte) e (01 de Fevereiro - Hemisfério Sul)
Lughnasadh era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira
colheita do ano. Lugh é o Deus Sol.
Na Cultura Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que
exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos
com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse
festival são chamados Senhor e Senhora do Milho.
Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas
boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
O outro nome do Sabbat é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve
ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre
todos. Os celtas faziam um pão comunitário, que era consagrado junto com o vinho
e repartido dentro do círculo.
O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do
Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os
agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho
também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é
antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida.
Este é o primeiro dos três Sabbats da colheita. O Deus já dominou o mundo das
trevas, e agora passará por leves mudanças, seu poder declinando sutilmente com
o passar dos dias. Por isso, o honramos, e agradecemos pela energia dispensada
sobre as colheitas.
Mabon - Autumn - Equinócio de Outono
(21 de Setembro - Hemisfério Norte) e (21 de Março - Hemisfério Sul)
Este é o segundo dos festivais da colheita (sendo Samhain o terceiro). A fraqueza
do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto
os estoques se enchem. Derrama-se leite sobre a terra para agradecer pela
fertilidade e bondade da terra. Agora, nos fechamos, e nossos corações voltam-se
para nós mesmos.
No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor.
Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que
amamos. Esta é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as
sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas.
O Deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir
pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda
e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas
Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo
palavras de gratidão e bênçãos.
O período negro do ano se aproxima aos poucos. É uma data especial para
evocarmos espíritos familiares, guardiões e antepassados para pedir sua ajuda e
aconselhamento no período mais negro da Roda, que em pouco tempo se fará
presente.
Estes festivais estão associados aos Ciclos da Terra. Como complemento, temos
os festivais solares (solstícios e equinócios), perfazendo assim os oito pontos
da Roda do Ano.
O estudo correto dos mitos associados a cada festival, seu simbolismo e sua
linguagem mágica, faz com que tenhamos contato com seus significados mais
profundos, trazendo assim a verdadeira compreensão dos mistérios.
Quando travamos contato íntimo com os mitos e lendas das deidades associadas a
cada festival, percebemos que não é por acaso que o deus Lugh está associado ao
período da colheita outonal, existem mil verdades a serem conhecidas por trás da
vivência dos festivais.
A Celebração dos Festivais que compõem a Roda do Ano Celta resgata uma
ancestral prática de Mistérios, a qual possibilita aos celebrantes a compreensão dos
mais profundos significados de seu simbolismo.
Paz e Luz em seu caminho...Awen!

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